4 de janeiro de 2009

Moto quê?

As notícias dos últimos tempos não têm sido animadoras e por todo o lado só se ouve uma palavra; “crise”. Esta está a servir de desculpa para tudo. Para aqueles que estão realmente em crise e para os que até se vão safando, mas que querem “meter” mais algum ao bolso.
No que diz respeito ao desporto motorizado, também já se sentem os efeitos da crise e são já várias as equipas que não conseguem suportar os custos que a manutenção em competição de um carro, moto ou piloto suportam. Na Fórmula 1, a Honda já abandonou, no WRC foi a vez da Subaru e da Suzuki, e no MotoGP fala-se do abandono da Kawasaki que fará amanhã o comunicado oficial da sua retirada, deixando assim no “desemprego” John Hopkins e Marco Melandri. O agente do piloto italiano, Alberto Vergani, acredita que a Dorna irá encontrar uma solução e que, caso seja mesmo verdade o abandono da Kawasaki, vai arranjar uma moto para Melandri correr. Há aqui qualquer coisa que me está a escapar… Ou eu traduzi mal a entrevista do “Corriere dello Sport”, ou então não estou mesmo a perceber. O agente de Marco Melandri acredita na Dorna?! Só me ocorre uma palavra: peloamordedeus… Mas alguém diz a este senhor quem é que está à frente da Dorna?
Gosto tanto de pessoas assim… optimistas.
Agora fala-se da hipótese de Jorge Martinez Aspar “pegar” na equipa, ideia que até lhe agrada. Agrada-lhe a ele e à Dorna que não tem feito outra coisa se não dar “graxa” a Aspar para que tal aconteça. Mas o espanhol já disse que sozinho não tem meios para manter uma equipa no MotoGP, mesmo que seja com um só piloto. E parece que propôs a Ezpeleta que se juntasse a ele para avançarem como o projecto. Não me parece é que o “Ecclestone, Mão-de-vaca” das duas rodas esteja disposto a isso. Pode ser que o facto de o campeonato passar a ter só 17 pilotos em prova seja um incentivo, já que a Federação Internacional de Motociclismo, para que uma prova possa ter o título de Campeonato do Mundo tem de ter, pelo menos, 18 motos inscritas antes do início da temporada. Caso isso aconteça, também não me parece que as poucas televisões que assinaram com a Dorna para transmitirem as provas estejam interessadas em manter esses mesmos contratos. Logo, o senhor Ezpeleta tem que se pôr fino…
Como consequência desta notícia da Kawasaki, no dia 7 de Janeiro, as marcas que participam no Mundial de MotoGP vão reunir-se para debater a situação. O tema principal será a redução de custos. Outro dos temas possíveis, e que seria uma solução para a redução dos custos, será a redução de provas do calendário, que actualmente conta com 18 corridas. Vitto Ippolito, presidente da FIM, também já fez uma proposta, que se voltasse ao sistema de Corridas-Cliente, motos derivadas das oficiais à venda para equipas privadas. Este sistema foi empregue nos anos 80 e 90 e permitia às marcas reforçar os seus orçamentos.
Isto está um verdadeiro imbróglio. Vamos esperar pelos próximos dias para ver o que acontece. Eu cá já estou a ver a coisa muito negra...

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